quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013









              O papel da comunicação e feedback na EaD

Magalis Bésser Dorneles Schneider

            De acordo com que Venício Lima (2004), o conceito de comunicação para Paulo Freire é o da co-participação dos sujeitos no ato de pensar, aprender numa reciprocidade que não pode ser rompida. A comunicação é comunicar-se, é diálogo.  Freire (1979), a educação é comunicação, diálogo e jamais será transferência de saber, mas o encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação de significados.
            Isso reforça que o aluno não aprende sozinho, mas com a co-participação do professor e tutor. Todos devem estar juntos, aprendendo, revendo, problematizando e construindo o conhecimento como prática social.
           O feedback recíproco confirma que todos são aprendizes compartilhando experiências, conhecimentos num ambiente virtual. A reciprocidade nessa comunicação proporciona a contextualização das realidades vivenciadas, práticas, possibilidades que auxiliam numa aprendizagem com significados.
            De acordo com Freire (1979, 29) “O saber se faz através de uma superação constante. O saber superado já é uma ignorância. [...] Todo saber traz consigo sua própria superação.[...] não há saber nem ignorância absoluta...” Dessa maneira, o educador não pode se colocar na posição de que sabe tudo, de um ser superior que ensina um grupo de ignorantes, mas sim na posição humilde daquele que comunica um saber relativo. (Id.)
            A comunicação, o feedback deve ser vivido em sua dimensão política e essa visão pode ser compreendida na obra de Paulo Freire “Pedagogia do oprimido” (2005), quando o comunicar-se é definido como sendo um encontro entre homens mediados pela palavra a fim de dar nome, sentido ao mundo.          Freire (id.) ainda salienta que a dimensão política do diálogo é o da transformação do mundo.
           Portanto, o papel do feedback no processo de ensino e aprendizagem on-line perpassa pelo processo da comunicação dialógica, emancipadora, onde a comunicação/diálogo supõe a co-participação e reciprocidade, além de constituir um processo significativo de partilha, compartilhamento de conhecimentos de sujeitos iguais entre si, numa relação de igualdade.
  
Bibliografia:
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Tradução de Moacir Gadotti e Lillian lopes Martin. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979,
Venício A. Mídia,Teoria e Política. 2ª edição. São Paulo. Editora Fundação Perseu Abramo, 2004.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013



www.google.com.br/


INTERAÇÃO E INTERATIVIDADE - GOOGLEDOCS




No curso de tutores fase 2, utilizei o Googledocs para elaborar um Power point. Foi uma experiência interessante, pois auxiliou na comunicação e compartilhamento entre os colegas da equipe. Economizou tempo e espaço, pois possibilitou que pudéssemos fazer o trabalho em equipe sem precisar se deslocar. Achei uma forma importante de se armazenar também os arquivos.
Todavia preciso também pensar na atuação como tutora. Nesse momento, surgem às inquietações: com que tipos de alunos utilizarei essas ferramentas? Essas ferramentas fazem parte da realidade desse aluno? Caso eu disponibilize o googledocs  esse aluno terá dificuldades? Quais os limites e possibilidades?
Todas as ferramentas são importantes para a interação e interatividade, todavia é preciso saber com que objetivo e para quê se propõe isso ao aluno. A inclusão digital faz parte da educação a distância, mas não educamos para o domínio técnico, mas para pensar, refletir e emancipar.

Essa ferramenta de aprendizagem a distância é extremamente importante, porém muitas vezes um fórum para as equipes já será de grande eficácia e talvez mais simples para uma determinada realidade.
Deixo a questão para reflexão e contribuições dos leitores (educadores):

- Que tipo de homem se quer formar com o uso dessas ferramentas?
- que tipo de sociedade se deseja?

Abraços,
Magalis


sábado, 9 de fevereiro de 2013

Blog nos Ambientes de Aprendizagem online






O uso pedagógico do Blog pelo tutor nos Ambientes de Aprendizagem online

            O uso pedagógico dos Blogs na perspectiva de promover a interatividade e interação é interessante, pois faz com que as atividades, conteúdos sejam mais dinamizadas, motivadas... Os blogs podem ser utilizados como educativos, informativos, murais virtuais ou como espaço para postar comentários e reflexões.
            A partir de Primo (2006) pode-se afirmar que os blogs são hipertextos interativos, colaborativos, cooperativo e compartilhados.
            Conforme Lévy (1996) o hipertexto adéqua-se aos usos educativos, pois tem o propósito interativo pelo envolvimento do aluno no processo de ensino e aprendizagem.
            Os blogs são importantes porque ainda fomentam a dinamicidade dos posts, que são espaços que demonstram para o blogueiro se os textos que estão sendo postados estão sendo de interesses, atrativos, discutidos ou não.
            Desta forma, esta ferramenta possibilita que haja interação e aproximação entre o professor e o aluno, pois estabelece diálogo, discussões de várias temáticas, mesmo que seja assíncrona, favorecendo a construção do conhecimento coletivamente. Assim, as vantagens são inúmeras para o uso pedagógico pelo tutor, porque suscita a comunicação dialógica, emancipadora, crítica favorecendo a exploração da escrita e ajudando na construção do letramento.
            Contudo, possuem também as limitações, como o desinteresse do aluno por Blogs educativos, dificuldades no acesso a internet, ao domínio das tecnologias e consequentemente ao computador. Outro problema é a manutenção dos Blogs pelo professor que precisa estar constantemente informando-se, lendo, pesquisando, inovando para que a partir das postagens atraia o aluno e muitas vezes o entrave maior é o despreparo do professor.
            Vejo positivamente o uso dos blogs na educação a distância e como apoio ao trabalho do professor e tutor, porém é necessário ressaltar que a realidade a qual presenciamos nos polos da Uab, necessitará sem dúvida de um curso de capacitação para os alunos que mal conseguem muitas vezes postar, anexar ou acessar a plataforma.
É preciso tomar cuidado para não ficarmos alienados com a forma, técnica e esqueçamos da educação como prática social.

Bibliografia:
LÉVY, Pierre. Cibercutura. São Paulo: Editora 34, 1999.
______ O que é o virtual?  São Paulo: Editora 34, 1996.

PRIMO, A. Os blogs não são diários pessoais online: matriz para a tipificação da blogosfera. IN: REVISTA DA FAMECOS, n. 36, ago. 2008, Porto Alegre. p 122-128.
______  Quão interativo é o hipertexto? : Da interface potencial à escrita coletiva.
Fronteiras: Estudos Midiáticos, São Leopoldo, v. 5, n. 2, p. 125-142, 2003.